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  jcp-simbolo                         Mais um ano passa e milhares de estudantes vêem o seu futuro determinado em duas horas. Este ano, como desde o início dos exames nacionais, os estudantes e a JCP, desmascaram e combatem a sua existência. Constituindo a maior ferramenta de filtração e elitização do ensino, são exames iguais para realidades muito diferentes a desnivelar um ensino cada vez mais desigual e injusto.

    Na luta contra os exames nacionais sempre ecoou nos gritos dos estudantes: Ano após ano em duas horas filtram-se os estudantes, separam-se os que têm dinheiro e condições de estudo e seguem para o Ensino Superior, uma minoria, e os que não têm vão para o mercado de trabalho como mão-de-obra facilmente explorável.

Duas horas que decidem o futuro dos estudantes portugueses, ou seja, a avaliação contínua que defendemos e pela qual lutámos é desprezada e metida na gaveta, para que, diz o Governo o sistema educativo possa ser nivelado entre escolas publicas e privadas, interior e litoral. “Nivelar” estudantes diferentes, escolas diferentes, realidades socio-económicas diferentes não é nivelar, é elitizar. Porque uma escola sem condições materiais e humanas, com turmas sobrelotadas, sem edifícios em condições, sem laboratórios, sem computadores, sem bibliotecas, não pode preparar os estudantes da mesma forma que uma escola que tenha todas estas condições, que não sendo muitas são para aqueles que podem pagar explicações, livros de apoio, entre outras formas de preparação para o Exame, enquanto a grande maioria fica a ver, numa escola degradada, numa realidade familiar que não possibilita o acesso a todos estes meios.

Ao nível pedagógico os Exames Nacionais são também uma forma injusta de avaliar os estudantes, contrariando a avaliação continua e diária do estudante, a sua evolução, o seu empenho, o trabalho que apresenta em todas as aulas, e em segundo por estimular apenas a capacidade de memorização e o “despejar matéria”. Tornando-se a escola e as aulas como mera preparação para os exames deixando para trás a aprendizagem integral, a discussão colectiva, a relação com os outros, a capacidade de reflexão e crítica, como formação plena dum individuo, interventivo na sociedade, um cidadão de corpo inteiro. Outro aspecto que não podemos ignorar é a ofensiva ideológica e de branqueamento da história no plano dos programas e manuais escolares. Nos exames nacionais deste ano lectivo esta ofensiva fez-se sentir claramente nas provas de História A e Historia B.

Na prova de Historia A está bem explicito o ataque à URSS e à ideologia comunista, deturpando os factos históricos, num claro branqueamento da história, de ataque aquela que constituiu a maior experiência de construção do socialismo e do comunismo, assim como a promoção da União Europeia e de um destacado dirigente do PS . No exame de Historia B está implícito o branqueamento da ditadura fascista vivida em Portugal. Estes dois exames constituem duas claras tentativas de reescrever a história, envoltos dum profundo anticomunismo, estão na linha da ofensiva ideológica que assistimos hoje. Além disto, os critérios de avaliação implacáveis, não permitem diferenças de opinião, ou críticas ao enunciado. Esta é claramente, uma linha de orientação do Governo de manipulação política e ideológica.

Não podemos, ainda, deixar de referir, as acusações vindas a público, de facilitismo em alguns exames nacionais. Para a JCP trata-se uma clara manipulação do Governo, que procura legitimar as suas políticas (contestadas na rua), falseando as taxas de aproveitamento escolar.

A JCP e os estudantes do ensino secundário e básico continuarão a lutar contra os Exames Nacionais, por uma escola Pública, Gratuita, de Qualidade, Democrática para todos.

O Secretariado da CNES