Sector de Empresas

Petrogal14fev2O boletim “O Complexo” já está a ser distribuído desde ontem junto dos trabalhadores do Complexo Industrial de Sines.

No boletim apelamos à participação na “Marcha pelo Emprego” que se realiza amanhã às 18H em Sines, além de denunciarmos os ataques aos trabalhadores e seus postos de trabalho enquanto se distribuem milhões de euros de dividendos pelos accionistas.

 

PetrogalDespO PCP saúda todos os trabalhadores da Refinaria de Sines e suas organizações representativas, que hoje, uma vez mais, denunciaram o vergonhoso despedimento colectivo imposto pela Petrogal a vários trabalhadores que laboravam na Refinaria de Sines.

Uma vez mais este grupo económico (GALP) provou que os trabalhadores para eles são meras mercadorias e que se podem descartar dela ao seu belo prazer, tudo em nome da ganância do lucro.

Convém recordar que a riqueza é criada pelos trabalhadores, e numa altura complexa como a que atravessamos, tendo em conta o surto epidemiológico Covid-19, o lucro gerado por quem trabalha deveria estar também ao serviço dos trabalhadores, para se garantir os seus direitos e rendimentos, mas a ganância do grande capital é de tal forma insaciável que a pretexto do lucro é capaz de todo o tipo de monstruosidades.

Neste mesmo dia em que os trabalhadores e suas organizações representativas denunciam esta situação, a Petrogal faz uma distribuição de 314,7 Milhões de euros em dividendos aos accionistas, revelando uma vez mais a sua natureza exploradora e vergonhosa que não olha a meios para obter o máximo de lucro, mesmo pondo em causa centenas de famílias, que hoje vivem uma situação dramática, pondo em risco o pão, o tecto ou inúmeras situações.

Convém ainda recordar que toda esta situação, sejam os despedimentos, seja a distribuição dos dividendos, tem o compadrio do governo do PS, que enche a boca de solidariedade nesta altura, mas na hora da verdade em vez de estar do lado dos trabalhadores dos seus direitos e postos de trabalho, toma a opção de estar do lado da empresa e do grande capital.

O PCP uma vez mais está solidário com todos estes trabalhadores e em particular os que foram despedidos, e apela à unidade de todos os trabalhadores para que com a luta se possa ainda reverter esta vergonhosa situação.

Os trabalhadores sabem que só com a sua unidade e luta poderão resolver esta situação, tal como em muitos outros momentos, e sabem também que podem contar com o apoio do PCP.

Aos trabalhadores nada foi oferecido, tudo foi conquistado, e numa altura em que se comemora a revolução de Abril relembramos as palavras do músico:


“Só há liberdade a sério quando houver 
A paz, o pão
habitação
saúde, educação
Só há liberdade a sério quando houver
Liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir “

LutapetrogalO Estado Português é detentor de 7,42% do capital da Galp, sendo o segundo maior acionista da empresa. A Galp vai realizar a sua Assembleia Acionista a 24 de Abril, e prepara-se para distribuir aos seus acionistas um dividendo superior ao próprio resultado líquido realizado em 2019.

Num momento marcado pela crise do COVID-19, com toda a incerteza que ainda existe sobre o total dos impactos sobre a economia portuguesa, a Galp não apenas se prepara para distribuir dividendos fabulosos (577 milhões) como o faz quando promove o despedimento de centenas de trabalhadores ao reduzir a subcontratação de diversas actividades nas refinarias.

O que deveria ser feito é exactamente o oposto. Não distribuir a segunda tranche dos dividendos (os acionistas já receberam 262,3 milhões de euros adiantados em Setembro), e manter todo o investimento e o emprego como medida destinada a contrariar os efeitos recessivos da actual crise.

 

 

Petrogal14fev2Ainda recentemente denunciámos um despedimento colectivo de centenas de trabalhadores (cerca de 600) nas instalações do Complexo Industrial de Sines.

Muitos destes trabalhadores laboravam na Refinaria de Sines, como se isto não bastasse, a Petrogal, conjuntamente com Martifer e CMN, preparam um despedimento de cerca de 60 trabalhadores deste consórcio de manutenção da Refinaria de Sines da Petrogal.

Estes trabalhadores além de desempenharem funções permanentes na Refinaria, são imprescindíveis ao seu funcionamento, mas também à segurança destas instalações, tal como muitas vezes a Petrogal e o Governo o disseram.

LutapetrogalA Direcção Regional do Litoral Alentejano do PCP denuncia o despedimento de centenas de trabalhadores das instalações do Complexo Industrial de Sines, nomeadamente na Refinaria de Sines da Petrogal e na Repsol Polímeros.

Os trabalhadores despedidos são trabalhadores com vínculos precários – ditos de trabalho à hora – mas que muitos ocupam postos de trabalho permanentes.

Esta situação tem que ver, segundo o sindicato SITE-Sul, fruto de medidas tomadas tendo em conta o surto epidémico Covid-19, e irá trazer um problema social para estes trabalhadores e suas famílias.

Num quadro exigente de combate a esta pandemia, onde se pedem esforços a todos, é incompreensível o despedimento destes trabalhadores, onde as empresas não podem exercer todo o tipo de arbitrariedades contra os trabalhadores, nem o Covid-19 pode ser desculpa para estes despedimentos.

Estes trabalhadores já são vítimas de contratos de trabalho precários e numa altura complicada são atirados para o desemprego, como se fossem descartáveis.

O PCP há muito tem alertado o Governo para esta situação de precariedade existente nestas empresas do Complexo Industrial de Sines.

Tal como disse o Secretário Geral do PCP, Jerónimo de Sousa “Combater e liquidar o vírus sim, mas é inaceitável em nome disso liquidar direitos, cortar salários, fazer despedimentos impondo a lei da selva. A situação impõe a emergência da proibição imediata dos despedimentos e da adopção de medidas de salvaguarda de direitos.”

Os trabalhadores uma vez mais podem contar com o PCP seja para a resposta imediata na salvaguarda da saúde, ou seja para a defesa dos postos de trabalho e dos direitos de quem trabalha.