Petrogal14fev1No passado dia 14 de Fevereiro os trabalhadores da Refinaria de Sines da Petrogal, deram um claro sinal de força e unidade em defesa dos seus direitos e suas reivindicações.

A concentração onde esteve presente Arménio Carlos Secretário Geral da CGTP-IN, juntou trabalhadores da Petrogal e da CMN/Martifer (consorcio de manutenção) à porta desta empresa, sendo clara a determinação dos trabalhadores para prosseguirem a luta até que suas reivindicações se traduzam em vitórias.

A Greve dos trabalhadores da Petrogal que já dura desde o inicio deste ano vai-se prolongar pelo mês de Março, em defesa do seu Acordo de Empresa (AE) e contra a imposição da caducidade por parte da administração com a conivência dos sucessivos governos do PS, PSD e CDS. Mesmo com decisões judiciais favoráveis aos trabalhadores a empresa mantém a postura arrogante de não querer negociar com os trabalhadores indo mais longe, usando manobras repressivas e intimidatórias, nomeadamente com a instauração de um processo disciplinar a um trabalhador que estava em greve, atitude provocatória em clara afronta aos trabalhadores e ao direito Constitucional à greve.

 

Já os trabalhadores da CMN/Martifer apesar de já alguns ganhos conquistados pelos trabalhadores este ano, não abdicam de aumentos salariais em 2019, mínimo de 70 euros por trabalhador, como também não prescindem de que os seus vínculos de trabalho sejam reconhecidos pela Petrogal uma vez que os seus postos de trabalho são permanentes na Refinaria.

Os trabalhadores estão bem cientes que suas reivindicações são perfeitamente atendíveis, até porque os recentes resultados comunicados à CMVM, o Grupo Galp, este ano bate outra vez recordes no que toca aos lucros chorudos, 741 milhões de euros líquidos em 2018, mais 24% que em 2017, onde 74% destes lucros vão uma vez mais serem divididos pelos acçionistas, ou seja mais 15% que em 2018. Já os trabalhadores que criam a riqueza são confrontados com a caducidade do AE, precariedade, bancos de horas...

Esta acção de luta contou uma vez mais com a solidariedade do PCP, estando presente uma delegação constituída entre outros pela camarada Deputada Paula Santos e pelo Álvaro Bejinha Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém.

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Paula Santos teve a oportunidade de se dirigir aos trabalhadores afirmando a total solidariedade do PCP com esta luta que já dura há anos, onde os Deputados comunistas já apresentaram na Assembleia da República uma pergunta ao governo sobre o processo disciplinar instaurado pela Petrogal a um trabalhador, exigindo do governo que se faça respeitar o direito Constitucional à greve. Teve também a oportunidade de afirmar que esta empresa que tem tido lucros brutais à conta da exploração de quem trabalha, sendo inadmissível que não queira negociar de forma séria com os trabalhadores. Relembrou um conjunto de propostas apresentadas pelo PCP na Assembleia da República que vão ao encontro das reivindicações dos trabalhadores, nomeadamente sobre as questões da Contratação Colectiva, o fim da caducidade e a introdução do principio do tratamento mais favorável aos trabalhadores, o aumento dos salários, o combate à precariedade e à desregulação dos horários de trabalho. Propostas estas que se não fossem chumbadas por PS, PSD e CDS resolveriam em grande medida as justas reivindicações dos trabalhadores.