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Notas de Imprensa

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Comunicado - Reunião da Direcção Regional do Alentejo do Partido Comunista Português 26 de Setembro de 2023

I

O prosseguimento da política de direita agrava os problemas do Alentejo e do País

1. A situação económica e social no Alentejo é marcada, tal como no País, pelo agravamento das injustiças e dificuldades que afectam os trabalhadores e o povo. O Governo PS prossegue uma política de direita que não afronta os interesses do grande capital e insiste em penalizar quem vive dos seus salários, das suas pensões, quem tem menos rendimentos, convergindo nestas opções com as opções de PSD, Chega e IL. 

O aumento do custo de vida, com destaque para os custos da alimentação, da energia e dos combustíveis; a insuportável subida das prestações dos empréstimos e rendas de habitação; a manutenção de uma política de baixos salários e de precariedade laboral; a degradação dos serviços públicos, com destaque para a situação no SNS e na educação, são problemas graves a que o Governo insiste em não dar resposta efectiva e que fazem com que os trabalhadores e o povo vejam degradar-se as suas condições de vida e a dificuldade em dar resposta às suas necessidades básicas. Agrava-se igualmente a situação dos micro, pequenos e médios empresários da região, que face ao aumento dos preços das matérias-primas e combustíveis (em parte consequência da irracional política de guerra e sanções), das rendas, e do brutal aumento nos juros do crédito para tesouraria e investimento, se confrontam crescentemente com graves problemas na gestão das suas empresas nos mais diversos sectores.

2. As injustiças e a degradação das condições de vida dos trabalhadores e MPME’s contrastam com os lucros das grandes empresas que atingem níveis históricos, numa demonstração clara de que o discurso da “crise”, das “dificuldades” e da “carga fiscal” a que os patrões recorrem tem como objectivos tentar travar a crescente luta dos trabalhadores e acentuar o processo de concentração e centralização de capital, no qual o Governo do PS é cúmplice e interveniente. 

Tornam-se cada vez mais escandalosas as benesses e os apoios concedidos a grandes empresas que por sua vez recorrem a politicas de baixos salários, à precariedade e a despedimentos em massa para garantir os seus lucros e que perante problemas decorrentes das suas erradas opções de gestão acenam com a chantagem da deslocalização ou colocam o ónus da resolução desses problemas sobre os trabalhadores e sobre o Estado, como acontece no caso de empresas como a Metalorigor, a Somincor e a Tyco, a Gestamp onde foram despedidos 102 trabalhadores com vínculos precários ou a Indorama em que 134 trabalhadores irão por imposição da empresa para lay-off, que se pode estender até um ano, com perda de 34% da sua remuneração.

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Comunicado da DORLA do PCP de 15 de Setembro 2023

A Direcção da Organização Regional do Litoral Alentejano (DORLA) do PCP esteve reunida no passado dia 15, onde apreciou os recentes desenvolvimentos da situação social e política, valorizou os processos de luta dos trabalhadores e das populações e traçou as principais orientações para a acção do PCP na região.

 

A DORLA do PCP valoriza todos os processos de luta, ocorridos nos últimos meses, desenvolvidos pelos trabalhadores e populações do Litoral Alentejano e apela à participação na jornada de luta em defesa do Serviço Nacional de Saúdeno dia 16 de Setembro, convocada pela CGTP-IN e pelas Comissões de Utentes, que terá expressão em todo o país e também no Litoral Alentejano, com uma acção em Santiago do Cacém. Num contexto em que se mantêm os problemas da saúde na região, nomeadamente a falta de profissionais de saúde. 

A DORLA apela à intensificação da luta a partir das empresas e locais de trabalho, pelo aumento geral dos salários em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra ataques lançados pelo patronato contra os trabalhadores. De que é exemplo a situação enfrentada pelos trabalhadores na Indorama, em Sines, com a intenção da empresa em colocar os trabalhadores em lay-off, que poderá chegar até um ano, com um corte nos salários de 34%, agravando brutalmente as condições de vida destes trabalhadores e suas famílias. A DORLA considera que os rendimentos destes trabalhadores têm que ser defendidos de uma situação que não é da sua responsabilidade, com o pagamento integral dos seus salários e deixa um apelo à sua organização, unidade e luta para reverter esta situação. 

A DORLA analisou os desenvolvimentos na situação social na região em que se multiplicam os sinais de deterioração das condições de vida do povo, com o aumento do custo de vida e a degradação dos serviços públicos fruto da ausência de soluções do Governo PS para os problemas do país e da região.

O acesso à habitação continua a ser um grande problema que as populações enfrentam na região, com o aumento das rendas e do crédito, a privar muitas pessoas deste direito, enquanto têm cada vez mais dificuldades em fazer face aos custos para ter uma casa. A DORLA apela à participação nas acções previstas para todo o país no próximo dia 30.

Na reunião foi também analisada a situação dos reformados e pensionistas na região e as dificuldades enfrentadas pelo aumento do custo de vida e no acesso à saúde. Igualmente valorizadas foram as acções levadas a cabo nos últimos meses em defesa dos seus direitos.

A DORLA manifesta a sua solidariedade com a população afectada pelo incêndio florestal que deflagrou na freguesia de São Teotónio, em Odemira, e se estendeu aos concelhos de Aljezur e Monchique, deixando um rasto de destruição e um avultado prejuízo numa área com cerca de 10 mil hectares.  Debelado o incêndio, importa desencadear todos os mecanismos de apoio às pessoas que perderam as suas habitações, culturas arvenses, animais e forragens. A DORLA alerta para a necessidade de reforçar as medidas de prevenção e combate aos incêndios florestais, à desertificação do interior, à falta de ordenamento do território e à gestão inadequada da floresta.

Na rede viária a DORLA vê com particular preocupação o atrasar dos investimentos na região, reivindicados pelas populações e propostos pelo PCP, como é exemplo das obras no IC33.

Sobre o “Fundo de Transição Justa” a DORLA e os eleitos do PCP cedo alertaram para a concentração destas verbas em grandes empresas e grupos económicos, ao invés de responder aos problemas da região e dos micro, pequenos e médios empresários. Mas não deixa de denunciar aqueles que centram a sua crítica na Comunidade Intermunicipal do Litoral Alentejano (CIMAL) em vez de a centrar no Governo e na CCDR que têm a responsabilidade exclusiva sobre a atribuição destas verbas.

A DORLA manifesta a sua profunda preocupação com o abate de sobreiros na região de Morgavel, considerando-o um atentado ao património natural que deve ser imediatamente travado e denúncia o cair da máscara dos grandes grupos económicos que se escondem por detrás das preocupações ambientais e com o futuro do planeta.

As populações dos Concelhos de Alcácer do Sal, Grândola e Setúbal são profundamente prejudicadas com a situação que se verifica com o transporte fluvial no rio Sado, onde a não integração deste modo transporte no passe social intermodal, e os preços praticados pela Atlantic Ferries constituem um autêntico bloqueio à mobilidade das populações e de todos aqueles que se tem de se deslocar diariamente entre as duas margens.

Uma situação que decorre essencialmente de duas questões. A primeira, o elevado preço e o contínuo aumento que é praticado pela concessionaria deste serviço público para os diferentes títulos de transportes em vigor, a segunda, este serviço não ter até hoje sido incluído no passe social intermodal em vigor na Área Metropolitana de Lisboa, ou nos títulos de transporte análogos existentes na Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral.

O PCP tomou já posição na Assembleia da República exigindo que o contracto de concessão seja resgatado por ausência de cumprimento do objecto contratual – melhorar a mobilidade das pessoas e bens entre margens do rio Sado, o que traria enormes benefícios para a Área Metropolitana de Lisboa e para o país, e que se proceda à sua integração do serviço na empresa do sector Empresarial do Estado – Transtejo – que opera na área Metropolitana Lisboa. Exigiu ainda que os utentes passem a ter acesso imediato aos benefícios estabelecidos no PART –Programa de Apoio à Redução Tarifária com um serviço público de transporte fluvial integrado no passe social intermodal.

Sobre a organização e intervenção do Partido na região a DORLA fez o balanço de intensos meses de actividade. Desde a intervenção sobre questões da região à actividade própria. Fazendo um balanço da participação da ORLA na Festa do Avante! cujo êxito se valorizou. Mas também das iniciativas na região como o convívio regional no Rio da Figueira, a presença na FACECO em Odemira, na PIMEL em Alcácer, na SANTIAGRO em Santiago, nas Tasquinhas e Festival Músicas do Mundo em Sines e na Feira de Agosto em Grândola, cujo jantar com o Secretário-Geral do PCP, Paulo Raimundo, voltou a transbordar de pessoas e confiança.

Sobre a organização do PCP fez-se o ponto de situação quanto ao reforço orgânico e traçara-se as medidas para reforçar a organização da região. Ao nível do recrutamento e responsabilização de mais camaras, da difusão da imprensa partidária, em particular da campanha em curso de difusão do Avante!, da recolha de fundos à propaganda.

A DORLA salienta a importância da linha de trabalho “viver melhor na nossa terra”. Mais do que uma campanha, trata-se de uma acção das organizações locais do Partido, necessariamente ligada à vida e aos problemas de cada uma das nossas localidades e que visa o reforço das organizações locais do Partido, para que estejamos em melhor condições de estimular a luta das populações e afirmar as nossas propostas para a resolução de tantos problemas que persistem em cada um dos concelhos da região.

A DORLA apela à participação de todos os democratas e patriotas nas comemorações do 50º Aniversário da Revolução, já em curso, e que contará com a iniciativa própria da DORLA do PCP.

 

A DORLA do PCP reitera o seu compromisso com os trabalhadores e o povo da região, contribuindo para o desenvolvimento da luta, para garantir avanços nos direitos e no desenvolvimento destas populações e territórios. Dar mais força a quem dá força à luta, torna possível a concretização dos ideais de Abril, a construção de uma democracia avançada, o caminho para o socialismo e o comunismo.

 

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Sobre o Plano Nacional Ferroviário para o Litoral Alentejano

Um Plano Ferroviário como qualquer plano de âmbito sectorial, não pode ser visto numa perspectiva isolada, pois tem de se inserir num determinado contexto, numa determinada política, associado a uma visão integrada para a região e para o PaísO documento apresentando pelo Governo não se pode considerar uma proposta séria e fundamentada de Plano Nacional Ferroviário (PNF) para o período até 2050, pois faltam-lhe elementos fundamentais que integram o processo de planeamento.

A Direcção Regional do Alentejo do PCP considerou em comunicado existirem variadas lacunas e insuficiências no PNF, nomeadamente: a insuficiente ligação e complementaridade entre a vertente de passageiros e de mercadoriasa ausência de articulação com a rede aeroportuárianão é claro quanto à garantia dos fundos necessários para a sua concretização. 

A população do Litoral Alentejano continua até hoje a sofrer as graves consequências de uma política de degradação da ferrovia e de encerramento de serviços, que neste território não teve quaisquer medidas dos sucessivos Governos PSD/CDS e PS, da Infra-estruturas de Portugal (IP) e da Comboios de Portugal (CP) que revertessem a situação.

Em 2011 o Governo PSD/CDS deu orientações para o encerramento do transporte regional na Linha do Sul. Os oito comboios regionais diários que existiam então nessa linha foram todos extintos. Desde essa altura até hoje as populações do Litoral Alentejano ficaram sem comboios regionais – sendo que os Governos PS até hoje não repuseram essas ligações.

Recorde-se que Setúbal ficou sem comboios para o Alentejo e para o Algarve, quebrando uma prática de 122 anos em que a cidade sempre teve ligações directas para sul. Com essa decisão, a CP desqualificou a capital de distrito, deixando-a apenas com comboios suburbanos, e deixou numerosas localidades ao abandono, degradando a mobilidade e a qualidade de vida.

No Litoral Alentejano, a linha do Sul é constituída por 11 estações e apeadeiros, das quais apenas três estão em utilização. Não podemos deixar de sublinhar as situações em que a população ficou completamente desapossada de transporte ferroviário, ficando literalmente a ver os comboios passar, em estações ou apeadeiros sem serviço. São os exemplos de Monte Novo – Palma, Canal Caveira, Azinheira dos Barros, Lousal, Luzianes, Alvalade com natural destaque para a sede de concelho Alcácer do Sal.

O serviço regional de transporte ferroviário de passageiros na Linha de Sines foi desmantelado, mas o facto é que, devido à importância estratégica desta infra-estrutura para o transporte de mercadorias (desde logo na ligação ao Porto de Sines), a sua utilização é quotidiana.  A realização de comboios de passageiros com material circulante de tracção eléctrica é possível de imediato neste território.

reactivação do serviço regional de passageiros nestas linhas, seja na Linha do Sul seja na Linha de Sines passa por uma decisão exclusivamente de gestão e exploração do transporte ferroviário a partir da CP, e só depois por novos investimentos em infra-estruturas – a considerar numa fase posterior a construção de uma nova Estação de passageiros em Sines.

A DORLA vê com preocupação e rejeita a proposta de construção de um novo troço de ligação entre Sines-Grândola Norte, havendo alternativas nas linhas já existentes. Proposta que já foi contestada no passado pelas populações, autarquias e diversas entidades, que voltam hoje a contestar esta solução, com impactos negativos evidentes, do ponto de vista do território, nas populações, no desenvolvimento turístico e na salvaguarda dos recursos naturais e do meio ambiente.  

A devolução da ferrovia regional às populações do Litoral Alentejano é uma exigência de elementar justiça e uma medida de evidente racionalidade na qualificação e desenvolvimento territorial e de política ambiental e energética.

A presença de uma elevada concentração de recursos e valores naturais e culturais permite que o Litoral Alentejano se afirme como um polo turístico nacional, sendo fundamental apostar num sistema de transportes públicos que promova a mobilidade e a acessibilidade, qualificando o território.

Também no que respeita às unidades de saúde na região, a necessidade de mobilidade das populações confere mais força à razão da exigência da reposição do transporte ferroviário regional para as populações.

A DORLA do PCP exige:

  1. Promover a requalificação e reabertura do serviço regional e inter-regional de transporte ferroviário no Litoral Alentejano e Distrito de Setúbal;
  2. Garantir, na Linha do Sul, as condições necessárias para aumentar a oferta de serviços, em toda a extensão da Linha, designadamente do serviço de alta velocidade (até 250Km/h), bem como do serviço inter-regional e regional, recuperando a ligação a Alcácer e a ligação de Setúbal a Tunes;

 

  1. Retomar o serviço regional de passageiros na Linha de Sines: 
    1. Numa primeira fase, servindo as estações e apeadeiros actualmente existentes com ligação a Ermidas – Sado e a Setúbal;
    2. Numa fase posterior, promovendo em articulação com o Município de Sines e a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral o estudo de localização adequada e a construção da nova Estação de Sines, interface intermodal para o transporte público;

Adequar a articulação do transporte ferroviário e dos horários dos serviços Intercidades com as necessidades das populações e dos utentes, incluindo a consideração das deslocações pendulares.

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Sobre a Exploração Mineira na Lagoa Salgada (Concelhos de Grândola e Alcácer do Sal)

Mina

Ao abrigo da Lei das Minas foram assinados recentemente pelo Governo 9 contratos de prospecção e 5 de exploração mineira, onde se inclui a exploração da Mina da Lagoa Salgada.

A Direcção Regional do Alentejo do PCP (DRA) há muito tem afirmado que a Região dispõe de condições excepcionais na sua base económica, designadamente riquezas minerais no seu subsolo, que o País deve conhecer e aproveitar com vista ao desenvolvimento da Região e à redução de importações potenciando a sua transformação no País.

A Direcção da Organização do Litoral Alentejano do PCP (DORLA) reafirma essa necessidade e defende que os critérios económicos em que assenta a decisão política tomada, para além de deverem ser transparentes, se devem submeter ao interesse nacional e não das multinacionais, garantir a qualidade ambiental e os ecossistemas e qualidade de vida das populações abrangidas. Tais condições só podem ser asseguradas pelo Estado, tendo em conta que o interesse predador das multinacionais é explorar ao máximo.

Na actual Lei das Minas o Estado abdica do papel determinante que deve ter no sector mineiro, ao não ter sequer capacidade de fazer prospecção para conhecer os recursos do próprio país – em virtude do crescente desinvestimento – está dependente dos grupos económicos privados, a maioria de capital estrangeiro, para realizar a prospecção e pesquisa. Sendo que, perante o actual quadro legal, as empresas que procedem à pesquisa e prospecção ganham automaticamente o direito de exploração, ficando o País de mãos atadas logo no início do processo.

Esta é uma lógica que importa reverter. Para possibilitar o conhecimento e avaliação com base em critérios de interesse público é condição necessária que o Estado em vez de depender das multinacionais, tenha meios próprios para esse fim.

A DORLA do PCP defende que o País tem o direito de conhecer todos os seus recursos naturais e, segundo critérios económicos, ambientais e de qualidade de vida da população claros e transparentes, avaliar se deve ou não explorar esses recursos. Uma decisão que deve ser feita pelo Estado português e não ficar dependente dos interesses dos grupos económicos. Nesse sentido o PCP defende uma revisão da actual Lei das Minas, aprovada por PSD/CDS e que PS não quer alterar, de modo a salvaguardar os interesses da região e do País.

É essencial que a concessão de direitos de exploração fique dependente da submissão prévia da Avaliação de Impacte Ambiental e que esta seja favorável, contendo nomeadamente a análise: dos recursos ecológicos e biodiversidade; dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos; dos impactos na saúde pública, na qualidade de vida das populações e nas suas habitações; da defesa dos valores paisagísticos, arqueológicos e culturais; do desenvolvimento económico e territorial, bem como uma avaliação dos efeitos psico-sociais, assim como à presença e tratamento de passivos ambientais.

 O modelo de exploração apresentado para a Mina da Lagoa Salgada enquadra-se na estratégia traçada pelo Governo de entrega ao grande capital multinacional do sector mineiro, das vastas e diversificadas reservas de importantes matérias-primas, claramente estratégicas, como os metais básicos (cobre, zinco e chumbo) presentes nesta área. É importante relembrar que a actividade mineira deixou marcas profundas no concelho de Grândola que ainda hoje são sentidas, como é exemplo a experiência da Aldeia Mineira do Lousal, na situação de toda sua população e um passivo ambiental após o encerramento da mina que não se pode repetir. Tal como em Alcácer do Sal a mina de extração de areias em Castelo Ventoso tem impacto na vida da populção.

A DORLA do PCP reforça que o modelo de exploração apresentado pelo consórcio prevê a extracção da maior quantidade de minério possível no menor período temporal possível, com a laboração 24h/24h, sendo o destino do minério a exportação e a sua transformação feita no estrangeiro, ficam no nosso território apenas os resíduos resultantes da extracção e lavagem do minério. Aspectos que evidenciam aquilo que parece ser uma “pilhagem” à riqueza do nosso território.

A DORLA do PCP considera assim que é importante que sempre que as explorações incidam em áreas protegidas, a exploração fique condicionada ao parecer favorável do ICNF, e reforça a necessidade de os recursos nacionais ao invés da especulação na venda em mercado das concessões, de umas multinacionais para outras, ao sabor dos interesses momentâneos do lucro máximo, devem ser colocados ao serviço do aumento da produção e interesse nacional.

Releva ainda a necessidade de assegurar garantias de protecção dos direitos dos trabalhadores em caso de cessação da exploração, bem como de protecção do ambiente e da saúde pública das populações.

O PCP mantém a sua posição de fundo quando votou contra a Lei das Minas em 2015, sendo necessário: conhecer os recursos, sem depender de terceiros; avaliar a eventual exploração com base no interesse público envolvendo as componentes económica, ambiental e a qualidade de vida das populações; garantir a valorização em Portugal dos recursos.

Este é o caminho que permite conciliar o direito à qualidade de vida e à protecção ambiental com a necessidade do país desenvolver de uma forma sustentável e soberana a sua indústria extractiva, colocando-a não ao serviço dos interesses das multinacionais, mas sim ao serviço do povo português!

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A vida está a confirmar que a precipitação do encerramento da Central Termoeléctrica de Sines foi um erro

                                                        

 

1. Nas últimas semanas entidades como a Direcção – Geral de Energia e Geologia (DGEG), ou  personalidades individualmente consideradas, vieram a colocar a possibilidade (tendo em conta debilidades energéticas nacionais) da reabertura das Centrais Termoelétricas (Sines e Pego) recentemente encerradas. 

Tal posicionamento vem confirmar o que o PCP sempre alertou, ou seja que o encerramento precipitado destas centrais a carvão, nomeadamente a de Sines, foi concretizado num quadro em que a dependência externa em matéria energética se mantém (encerrou-se sem existirem alternativas não intermitentes para a produção de electricidade), e só explicável não por preocupações ambientais mas pela submissão aos interesses das multinacionais que dominam o sector energético.

2. O governo do PS, em convergência com o PSD, tomou a decisão, de substituir produção nacional por importação de electricidade, incluindo aquela que é proveniente de outras centrais a carvão (e também de centrais nucleares) de outros países, num quadro em que a estabilidade da potência energética no sul do País é periclitante, criando assim um grave desequilíbrio na Rede Eléctrica Nacional. Uma decisão que só pode ser compreendida à luz do favorecimento dos interesses da privatizada EDP e em sintonia com as imposições da União Europeia, onde grandes potenciais, como a Alemanha, continuam a produzir – e mesmo a reforçar - a energia eléctrica a partir de Centrais Térmicas a carvão.

É também conhecido que a situação de seca no País (que infelizmente não é novidade e ainda não ultrapassada) reduziu em muito a capacidade produtiva de energia hídrica.  Situação que foi aproveitada pelas empresas que detém a concessão de barragens – como a EDP – que, na sua lógica de maximização dos lucros, utilizaram para produzir electricidade, água que é fundamental, quer para o consumo humano, quer para a agricultura.

3. A DORLA do PCP não pode deixar de denunciar a lógica capitalista de gerir recursos estratégicos que se sobrepõe ao interesse nacional. Lógica que foi concretizada pelos sucessivos governos, sejam os do PS, sejam os do PSD e CDS, que apoiaram o encerramento precipitado das Centrais (Sines e Pego) empurrando centenas de trabalhadores para o desemprego, como antes tinham apoiado a privatização da EDP.  Lógica que transformou Portugal num dos países com a energia mais cara da Europa e cujo agravamento dos preços da energia está a dificultar e muito a vida das famílias e a actividade de milhares de empresas.

Uma lógica que é, em si mesma, contrária à defesa do meio ambiente e à necessidade de medidas de mitigação e adaptação face às alterações climáticas, cujos impactos reclamam designadamente uma adequada gestão dos recursos energéticos  - incluindo com uma crescente incorporação de energias de fonte renovável - inseparável do controlo público deste sector.

4. A DORLA do PCP reafirma que a precipitação do encerramento da Central Termoelétrica de Sines constituiu um erro que está a sair caro ao País. O País precisa de uma política energética soberana, desligada dos interesses dos accionistas da EDP e de outros grupos económicos, e que responda às suas necessidades de desenvolvimento. 

A DORLA do PCP chama ainda a atenção de que é preciso continuar a acompanhar a evolução da situação nacional e internacional em termos de abastecimento de energia eléctrica, num quadro em que, dada a incerteza actual e o correspondente agravamento dos preços, não se pode excluir, se tal for necessário para o País, a utilização da capacidade instalada para a produção de energia eléctrica que as actuais instalações da Central termo-eléctrica ainda comportam em Sines.

DORLA do PCP
22 Abril de 2022